quinta-feira, 14 de março de 2013

Talvez você me encontre Capítulo 1 - A little girl sit down on her bed


Fevereiro de 2013 -  Segunda-feira

Juliana  On 

Acordei com o som berrante do meu despertador, mais uma ridícula segunda-feira pensei, mas antes de levantar da cama me lembrei do teste. Havia feito uma prova pra uma escola que era mais um internato e que ficava no Sul, hoje era dia do resultado e se eu passasse me mudaria, sairia daquela casa e seria livre, não era uma vida ruim, morava com meus pais que eram ótimos e meu irmão caçula Pedro que deixava um pouco a desejar, mas mesmo assim queria me ver longe, finalmente andar com as próprias pernas. O cheiro de liberdade fez com que eu saltasse da cama e ligasse mais que depressa o computador , entrei na página e lá estava o meu nome, na ficha de admissão gritei tão alto que acho que até os chineses surdos me ouviram, logo em seguida ouvi um sonoro cala a boca de Pedro mas ignorei.

Moro em Minas Gerais desde sempre, numa cidade que dificilmente se vê no mapa, estou no 1° ano do ensino médio, minha melhor amiga se chama Letícia e mora aqui na rua, nos conhecemos quando pequenas e somos amigas desde então, será difícil ficar sem ela, já que ela disse que era tudo uma loucura e se recusou a fazer o teste, mas eu aguentaria. A escola se chama Webster e fica em Santa Catarina, o prédio é maravilhoso, é perto da praia, e em novembro eu até poderia ver neve, o mais incrível é que no terceiro ano já com 17 eu poderia me inscrever pra ser aluna de intercâmbio pela escola o que seria o máximo.

Não conseguia parar de pensar na escola e em todas as coisas novas que poderiam acontecer talvez até descolasse um namorado já que isso eu não tinha um faz tempo, desde o idiota que me fez chorar rios na formatura da oitava série. Abandonei meus pensamentos e me vesti, afinal antes de ir pra Webster eu ainda tinha uma semana na favela. Mas logo tudo mudaria, pensei, uma semana passaria depressa. Dei bom dia a minha mãe e contei tudo a ela que também ficou super empolgada, um tapa em Pedro, não despedi de meu pai que já havia saído peguei a mochila o lanche e fui, pensando que talvez aquela não era uma segunda feira tão ridícula assim.  

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