Alguns
dias depois...
Estava
fechando a última mala, havia comprados roupas novas por causa do clima
diferente, novos matérias e tudo mais. O voo saía às 18h00min e chagaria lá
pelas oito, a coordenadora da escola uma tal de Amélia viria me buscar no
aeroporto , eu e bom os alunos novos também.Já tinha me despedido de todos, só
da minha família que combinei de dar tchau apenas no aeroporto , meus amigos da
escola acharam o máximo, e bom a Letícia me apoiou muito mesmo que tenhamos
chorado um pouco eu confesso, mas nunca tinha ido pra tão longe dela nem por
tanto tempo assim, eu voltaria no próximo semestre pras férias de julho, mas
mesmo assim seria muito tempo, estava no meu quarto me despedindo de tudo e
ouço minha mãe gritar :
-
Juliana, vamos logo, você vai acabar perdendo seu voo!! –Já era a segunda vez
que ela chamava então resolvi descer.
-Tô descendo!
Meu Deus que pressa!!! –disse enquanto descia as escadas, ela me olhou com a
aquela cara de impaciente, não disse nada, dei-lhe um beijo na bochecha e fui
em direção a porta.
Papai já
estava no carro e Pedro ajudando com as malas, ele tinha sido bastante gentil
nos últimos dias talvez fosse uma forma de mostrar que sentiria minha falta, ou
apenas quisesse ficar com o meu quarto, mas vou me iludir com a primeira opção,
entrei no carro e partimos meus pais e Pedro, mesmo querendo muito isso, e
estando super ansiosa pra chegar lá o fato de ter que despedir deles me assustava,
eu estaria sozinha, estaria livre, mas sozinha. Uns vinte minutos depois
chegamos ao aeroporto, olhei no relógio e eram dez pras seis da tarde, meu pai
começou a descarregar o carro e confesso que fui ficando aflita, aproximei de
mamãe e disse:
-Ainda
vai querer que eu ligue toda semana , né ?- disse com a voz mais manhosa
enquanto a abraçava ela logo entendeu
-Não
precisa ter medo, meu anjo eles vão amar você tanto quanto eu amo, quem não
amaria ?- me olhou do jeito mais doce, me lembrei de todos que não me amaram ,
mas preferi confiar nas mais doces palavras.
-Vem
enjuança me abraça! Me abraça que eu estou boazinha !- fui andando até Pedro e
o abraçando de modo que ele foi obrigado a me abraçar, ia sentir falta dele ia
sim, mesmo que me irritasse demais.
-Vou
sentir sua falta- ele disse num tom quase inaudível e eu quase não acreditei.
-Você o que?-
eu perguntei sem entender
-Não me
faça repetir ok? Já foi difícil dizer uma vez!- ele respondeu me fazendo rir
-Eu
também vou- falei e o olhei pra ele que não disse nada, mas esboçou um sorriso
meio de canto e eu entendi.
Estava
indo abraçar meu pai,quando ouço o chamado no auto falando era o meu voo e me
desesperei, corri até ele o abracei forte e o ouvi dizer:
-Vou
sentir sua falta meu amor, eu te amo- naquele instante tudo doeu, meu pai
viajava muito, mas quando chegava era sempre maravilhoso, eu o adorava e suas
brincadeiras também, somos super ligados, e não vê-lo por seis meses doeria. Eu
apenas o olhei e sorri, não conseguiria dizer nada sem chorar, peguei minha
bagagem de mão e segui até o portão de embarque abracei-os juntos e disse que
os amava, a moça falou de novo ao auto falante e parti, não olhei pra trás tive
medo de sair correndo pro carro novamente.
O voo
foi rápido coloquei o fone e acabei dormindo às duas horas, acordei com a
aeromoça me dizendo que pousamos. Saí de lá, peguei a bagagem e vi uma senhora
balançar o cartaz com o nome da escola, fui até ela e me apresentei ela me pôs
numa van onde já haviam outros estudantes e partimos, não demorou muito e
chegamos.Pela janela pude ver o prédio enorme, todo de tijolinhos ,me lembrou
filmes americanos, tinha um gramado enorme na frente e alguns banquinhos
também, no meio uma estrada de pedra que dava direto a porta, era enorme toda
de uma madeira escura que combinava perfeitamente com as paredes. Entramos, e
lá dentro era como um salão havia duas escadas um pouco a frente, e nos fundos
um corredor imenso, o chão do lugar brilhava e era tão lindo que dava pra ver
meu reflexo nele, fiquei encantada com tudo , era maravilho me senti em um
filme, ou série de TV. Uma mulher veio até nós , nos dividiu em grupos e nos
entregou a chave de nossos respectivos quartos. O meu era o número 64 ficava no
segundo andar e bem mais no final, o dormitório das meninas ficava do lado
direito da escola, a moça também explicou que teríamos hoje para nos instalar e
conhecer nossos colegas de quarto e amanhã mostraria toda escola e nos daria o
horário, as aulas começariam na segunda.
Pela
primeira vez teria uma colega de quarto e estava animada com isso, tomara que
não seja uma maluca, pensei comigo mesmo, e acabei rindo, ao me lembrar de quão
maluca eu mesma sou, fui caminhando pelos corredores a procura do meu quarto
eram dois corredores um de cada lado da escola, no meio um gramado que os
separava , tinha alguns arbustos e flores também, fui seguindo o corredor que parecia
não ter fim, vi uma sala com inúmeros computadores, algumas salas de aulas
comuns, e vi uma sala maravilhosa, a sala de música. Era perfeita tinha um
piano lindo, violões, instrumentos de sopro, e tudo mais. Andei mais um pouco e
já via os dormitórios, andei até o fim do corredor e encontrei uma escada, subi
e dei de cara com mais um corredor gigante, agradeci por estar chegando, o meu
ficava na quarta porta, virei à chave e entrei minhas malas já estavam lá,
tinham duas camas, minha colega de quarto ainda não havia chegado, talvez
estivesse perdida, fui até a janela e a vista dava direto pra o quarto dos
meninos, do outro lado do gramado, os dormitórios femininos eram números pares,
e os ímpares os masculinos, dava pra ver o quarto 65 inteiro, fiquei com receio
de que o menino dali me espiasse então fechei a janela por precaução. Tinha um
banheiro no quarto, não era nada grande, mas seria ótimo não vagar por aqueles
corredores gigantes sozinha durante a noite, comecei a arrumar minhas coisas. Poucos
minutos depois uma garota entrou no quarto, ela era loira, tinha os cabelos um
pouco encaracolados que iam até o meio de suas costas, era mais alta do que eu,
mas não muito tinha um corpo lindo e sorriu logo ao me ver.
- Oi! Eu
sou a Catarina, mas pode me chamar de Cat, e pelo visto você será minha colega
de quarto. - riu
-E eu
sou a Juliana, mas eu também atendo por Ju! – sorri simpática.
-E você
é de onde Ju? – perguntou enquanto tirava as coisas da mala.
-Eu sou
de Minas Gerais e você?
-Eu sou
de São Paulo, vim com meu namorado Noah- ela disse e eu tentei sorrir meio sem
graça, e acho que ela percebeu.
-Ah!
Legal – eu disse sem ânimo, não que eu realmente não achasse legal, é só que
sei lá fiquei sem jeito.
-Er... Desculpa,
é que me empolgo quando falo dele. Mas não precisa ficar assim, uma garota
linda como você logo, logo vai arrastar pretendentes por esses corredores!- ela
disse e começamos a rir.
-Mas ah!
Não sei quem sabe né... Só não quero que se repita a última tragédia do meu
relacionamento- eu disse e percebi que os dois sorrisos desapareceram,
lembrei-me dele de novo, mas preferi me concentrar nela e afastar aquele rosto
de minha mente.
-Achei
que só em São Paulo existiam caras tão estúpidos. Qual o nome do idiota?- ela
perguntou atônita.
- Felipe
- disse num tom mais baixo e sem ânimo algum- Namoramos por uns cinco meses,
até eu ter visto ele beijando uma vadia qualquer na nossa formatura do ano
passado. Fomos juntos e estava tudo bem, até que o deixei sozinho por dois
segundos , quando voltei ele já estava se atracando com ela, comecei a chorar e
virei as costas em poucos segundos ele veio atrás de mim,mas eu não quis
conversar, ele me procurou por algum tempo, mas fingi não me importar – contei
a ela e senti meus olhos começando a lacrimejarem por me lembrar daquela cena
estúpida.
- Mas
que garoto ridículo! – ela protestava já alterando o tom de voz – Aff! Vai
morrer sozinho, sendo devorado por ratos. – ela me olhou e disparamos a rir,
ela era bem legal e divertida também. Concordei com ela e continuamos a
conversar falando sobre coisas aleatórias, tomei banho e ela terminou de
arrumar as coisas, sai do chuveiro e esperei ela terminar de se arrumar era 20h55min
então descemos.
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